Pattaya - A Hora
da Verdade
(Teremos
que jogar nossos Cartões de Crédito fora!?)
Pois é meu povo!
Coloquem a seguinte idéia em vossas cabecinhas: se não mudarmos o conceito de
manutenção de pistas e treinamento, continuaremos sendo coadjuvantes em torneios
mundiais.
Ontem eu estive falando com alguns técnicos de outras federações nacionais, e todos
foram muito claros em dizer que necessitamos mudar os nossos conceitos, prepararmos um
programa de desenvolvimento de jogadores, e nossos jogadores terão que fazer
sacrifícios. Assimilar melhor o que sabem, adquirir novos conhecimentos, deixar suas
parcas médias de lado, para realizarem um treinamento serio e correto, e se aplicarem a
isto.
A manutenção e condicionamento de pistas no Brasil está totalmente incorreto.
Prejudicando o desenvolvimento de atletas e promovendo a fragilidade de nossos estilos. Eu
sou verdadeiro e justo em dizer que precisamos aprender a jogar com médias altas, na
forma que se joga na ponta das tabelas de classificação de torneios como este mundial. E
vejam vocês que este ano as médias foram bem abaixo do vinha ocorrendo nos dois últimos
anos.
No curso de manutenção de pista que fiz estes dias, recebi a seguinte informação: cada
ano que passa, mais óleo se põe nas pistas, e cada vez mais os jogadores pedem bolas que
possam reagir mais nestas pistas, e as fábricas o fazem, e os técnicos em manutenção,
num ciclo insistente, condicionam as pistas com mais óleo, e assim vai...
Dois fatores contribuíram para as baixas médias: a variação de temperatura dentro do
boliche, principalmente no primeiro dia e em seu primeiro turno - no qual joguei. Reparem
que dos Top Oito, 90% jogaram no turno de temperatura regular e fria; e a outra razão é
que a altura da canaleta reta - a que fica ao lado do Pin Deck, aqui é mais alta que em
outros boliches. Não deixando que os pinos tenham um rebote maior, evitando o pino
mensageiro. Este, inclusive, foi pouquíssimo visto por aqui. Devia estar nas praias
se bronzeando...
Outro fator que atrapalhou bastante alguns jogadores, entre os quais me incluo sem querer
dar desculpas, mas já o fazendo de forma realista, acreditem, foi o fato de não
conseguir se adaptar ao fuso horário, já que nas primeiras noites não conseguia dormir,
mas no meio da tarde daqui, eu simplesmente caia de sono, não conseguindo em alguns
momentos manter os olhos fechados. E para piorar, no dia 1, tivemos que acordar as seis da
manhã, ir ao boliche para a prática oficial as 7h30, esperar a prática oficial do outro
turno masculino e o do feminino. E ainda participar da demorada cerimônia de abertura. E
aí, então, jogar no primeiro turno do início do campeonato. Excessivamente cansativo!!!
E um pouco fora de propósito.
Quantos aos conceitos, o boliche no Brasil é muito caro. O time americano joga 40
partidas por dia, com acompanhamento de treinadores e técnicos em manutenção e bolas.
É por isso que este jovem aí embaixo bateu 300 na 24.ª partida, indo para primeiro
lugar no corte dos 24. Eu disse a ele que isto poderia ser um bom presságio, já que em
São Paulo (1995), Pat Healey fez o mesmo e foi campeão naquele ano. Será...!?

Nós no Brasil pagamos caro para jogar parcas e porcas" linhas. Como crescer
assim?
No exclusivo jantar da noite passada, onde a WTBA anunciou a MASTERCARD como sua parceira
e patrocinadora, num ousado projeto de marketing, dizendo que para cada Dólar americano
gasto com o novo cartão de credito, que deverá ser chamado de "WTBA
Mastercard" ou "Bowling Mastercard", algo em torno de sete centavos de
dólar será destinado ao desenvolvimento do Boliche no mundo, dinheiro este
redistribuído as federações nacionais. Anuncia-se assim, uma nova corrida do ouro
dentro das mesmas - imagino o que acontecerá em certos paises do terceiro mundo...
O jantar foi para apenas 60 convidados e tivemos a honra de estar lá.. Pudemos ver a
ousadia da nova direção da WTBA. Infelizmente, isso não nos garantirá nos Jogos
Olímpicos, mesmo sendo a MASTERCARD um dos patrocinadores dos Jogos.
Que possamos tirar os melhores proveitos possíveis para o esporte, e só para o
esporte...
Jogo que segue...!
|