Olá!!!

Aos 19 anos de idade, esse paulista é hoje uma das maiores revelações de nosso esporte.

Solteiro, amável, muito simpático e demonstrando uma grande segurança sobre o que quer para sua vida, MARCELO SUARTZ conta um pouco dela dentro e fora do boliche.

Obrigado pela paciência e continue assim, sempre “pé no chão” e humilde, fazendo jus aos muitos elogios que se ouve desse “menino de ouro”!

(foto: Lu Pitangueira)

Lu Pitangueira – Quando o boliche apareceu em sua vida?

Marcelo Suartz – Quando eu tinha quatro anos de idade, com meus pais. Foi um pouco da influência deles, e acabei gostando.

LP – Eles jogavam?

MS – Jogam há quase vinte e cinco anos.

LP – E você teve aulas?

MS – Tive aulas. Na verdade joguei por diversão dos quatro aos dez anos. Fazia muitos esportes na época, handebol, futebol, vôlei e basquete. Com onze anos meu pai me fez fazer uma escolha, eu não podia fazer todos os esportes bem, tinha que fazer um “muito bem”, ser bom em pelo menos um, entende? Então, escolhi o que eu mais gostava. O boliche. E a partir daí comecei a me dedicar mais ao esporte tendo aulas primeiramente com Benê Vila, que me ajudou muito, acho que foi minha melhor e maior formação.

LP – E quando foi sua primeira participação em campeonato?

MS – Foi em um torneio de pais e filhos em 1996. Em 1997 fiquei em segundo lugar no campeonato infanto-juvenil paulista.

LP – E participação internacional?

MS – Meu primeiro torneio internacional foi em 2003, torneio das Américas, eu tinha quinze anos. Foi uma experiência para adaptação. Do ano de 2003 para cá tive uma evolução muito grande, mudei totalmente minha visão do boliche. Consegui ver realmente o que me desperta a “vontade” o que me dá a “adrenalina”. Descobri o que eu amo fazer.

LP – Você trabalha, tem outra atividade além do boliche?

MS – Não trabalho, estudo. No momento inglês para passar no teste da universidade nos Estados Unidos. E espero ter uma carreira boa lá.

LP – Vai morar onde?

MS – Orlando, na Flórida. Ainda não sei o que vou estudar. Estou entre Marketing, Relações Internacionais ou Biomedicina. Estou muito indeciso, mas, acho que vou ficar com Marketing.

LP – E o boliche?

MS – Se eu passar no teste entro para o time da faculdade, onde possui bons técnicos como Pat Costtelo, Bob (da própria universidade). São técnicos do time dos Estados Unidos a nível “gold”. Lá também têm muitos jogadores da seleção americana, como os que jogaram agora no interamericano, o David Sullivan e o J.J. onde ganharam medalha de ouro. Eu vou estar treinando com eles e terei oportunidade de aprender muito.

LP – Quem é seu técnico hoje?

MS – Benê Vila.

LP – Seus pais costumam opinar, orientar seu jogo?

MS – Com certeza. Acho que junto com Benê meu pai é um grande responsável pela minha formação no boliche. Ele passou quase dez anos aprendendo sozinho, fazendo experiências, lendo, e me passou muita coisa.

LP – O que você acha do jogo de seus pais?

MS – Meu pai tem hoje um “approach” muito técnico, se ele começar a treinar o “timing” dele, o fundamento básico, ele terá uma evolução grande daqui pra frente. Minha mãe tem um talento especial, mas falta interesse. Talento sem interesse não dá certo. O dia que ela voltar a ter o interesse pelo boliche, quem sabe ela pode conseguir alguma coisa.

LP – Qual foi seu melhor momento no esporte?

MS – Foi agora quando passei um mês nos Estados Unidos. Acho que foi meu ápice. Joguei um torneio profissional pela primeira vez, fui muito consciente, dei o máximo de mim, dentro e fora das pistas. Foi muito importante “para mim”!! Joguei em torno de vinte torneios em trinta dias. Torneios de até um dia, jogando 15 linhas. Foi uma experiência muito boa!

LP – UM mês exclusivamente jogando boliche?

MS – Exclusivamente melhorando o inglês e jogando boliche.

LP – Patrocínio você tem?

MS – Eu tinha Bolsa Atleta. Acabou. Já renovei e estou esperando resposta.

LP – Outro hobby?

MS – Academia, sair com amigos e jogar pôquer (interessante se tiver cuidado).

LP – Namorada?

MS
– Se foi há algum tempo atrás. A gente terminou justamente pela minha ida aos Estados Unidos.

LP – Seu pior momento no esporte?

MS – Não seria o “pior momento”. Diria como “uma fase” que eu teria que passar para aprendizagem. Foi o ano passado, quando eu estava com muita vontade de chegar ao Pan-americano. E por fatores que eu tinha que passar, onde foram muito proveitosos para mim, e hoje estou mais evoluído por causa deles, do que se eu tivesse conseguido uma vaga no PAN em um momento indevido. Aprendi muito. Fui jogar um torneio interamericano juvenil o ano passado, fiz muitas burradas, erros comuns. Aprendi com eles e procuro aprender cada vez mais. Não tenho a palavra derrota em minha cabeça.

LP – Você achou justa a seleção para o PAN?

MS – Achei muito justo os resultados.

LP – Os títulos mais importantes para você.

MS – Campeão sul-americano juvenil, tricampeão brasileiro juvenil, medalha de prata no interamericano juvenil (muito importante para mim, um dos momentos de maior pressão e adrenalina na minha vida) e medalha de prata em equipe no torneio das Américas no ano passado.

LP – Em sua opinião qual o melhor jogador do Brasil hoje?

MS – Temos de quatro a seis jogadores bons a nível de sul-americano. Não nomearia um apenas. Existem torneios e torneios. Por exemplo, o Bill Hoffman é um ótimo jogador da seleção americana e jogou mal um torneio, isso não quer dizer que ele não seja bom. Todos têm seus altos e baixos.

LP – Que conselhos daria para quem está começando?

MS – Esforço. Se você não tem talento, e tem esforço, você chega onde quiser. Esforço, dedicação, vontade.

LP – Existe muita diferença de nossos atletas para os americanos?

MS – Tem muita diferença sim. Eles se tratam da parte física, academia, na alimentação, nas horas de sono. Não é simplesmente chegar ao boliche e jogar. Tem uma dedicação dentro e fora das pistas muito importante.

LP – Já pensou em fazer o circuito europeu?

MS – Já pensei. O Lucas Legnani me convidou há um tempo, inclusive acho que hoje ele está lá jogando. Mas, por falta de verba não deu para ir, quem sabe futuramente isso possa acontecer.

LP – Você chegou a ganhar prêmios em dinheiro nos Estados Unidos?

MS – Cheguei. Deu para ganhar em torno de U$2.000,00 (dois mil dólares). Poderia ter ganhado mais, só que eu fiz uma “parceria” com um amigo e a gente dividiu todos os ganhos e perdas, então acabou sobrando isso. Na PBA deu U$550,00 (quinhentos e cinqüenta dólares), a inscrição foi 250, portanto restaram U$300,00 (trezentos dólares).

LP – Qual a sua maior virtude como atleta?

MS – Caráter.

LP – Pior defeito.

MS – Impaciência.

LP – Qual o melhor torneio que temos no Brasil?

MS – O campeonato brasileiro individual.

LP – Quais são suas metas como atleta?

MS – Ir para os Estados Unidos nos próximos dois meses. Espero melhorar muito como jogador, dentro e fora das pistas, ganhar títulos. Devo ficar por lá pelo menos uns quatro anos, até terminar a universidade. Depois não sei ainda se volto ou não. Metas e objetivos tenho muitos títulos na minha cabeça que já estou fazendo uma “mentalização” para eles. Quem sabe quando eu terminar a universidade possa “rolar” um profissional. Não sei se quero isso para minha vida ainda, vou ver.

LP – Do que você precisa para ser feliz?

MS – Família.

LP – O que mais detesta em você?

MS – Minha impaciência.

LP – E nos outros?

MS – Falta de compreensão.

LP – Do que se arrepende?

MS – Nada.

LP – Uma música inesquecível.

MS – Astrix – Sex Style

LP – Um filme inesquecível.

MS – O pianista.

LP – Herói preferido na ficção.

MS – Rin Tin Tin

LP – Quem levaria para uma ilha deserta?

MS – Juliana Paes Leme.

LP – Quem deixaria lá para sempre?

MS – Ninguém.

LP – Qual seu maior medo?

MS – De perder minha família.

LP – Refeição preferida?

MS – Carne.

LP – Uma mulher bonita.

MS – Angelina Julie.

LP – Um homem bonito.

MS – Brad Pitt.

LP – Uma recordação de infância.

MS – Uma brincadeira chamada “fuga”. Depois das 10 horas da noite, todo mundo descia para o salão de festas de meu prédio, onde tem piscina, agora tem spa, e é fechado depois das 10. A gente pulava a janela, ia até a piscina, tirava o interfone do gancho, isso fazia com que ficasse tocando sem parar na portaria...rsrsrs...aquele barulhinho. Os porteiros sempre iam atrás da gente, a gente se escondia e teve uma vez que eu e um amigo estávamos escondidos em uma moita e o porteiro jogou um esguicho em nós. Enfim, brincadeira de criança mesmo.

LP – Perfume preferido.

MS – Armani – Exchange – Sity Glam

LP – Cantor e cantora.

MS – Ana Carolina e Zeca Pagodinho.

LP – Ator e atriz.

MS – Tom Hanks e Anjelina Jolie.

LP – Tenho mania de ...

MS – ... Roer unhas.

LP – Quando quero relaxar...

MS – ... Ouço música.

LP – Gostaria de ser por um dia...

MS – ... Arnold Schwarzenegger.

LP – Adoraria aprender...

MS – ... Jogar tênis.

LP – Ainda quero...

MS – ... Ter sucesso.

LP – Meu sonho é...

MS – ... Ser feliz.

LP – Melhor presente que ganhei foi...

MS – ... Um relógio “Magnum” da minha ex-namorada.

LP – Que animal gostaria de ser?

MS – Um pingüim ou golfinho.

LP – Jogar boliche é...

MS – ... Prazeroso.

Entrevista concedida em 06/06/07

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