Olá!!!

O entrevistado da vez, é uma pessoa que pode ser chamado de “3 em 1” (literalmente). Ele é atleta de boliche, empresário do ramo de boliche e como se não bastasse, ainda consegue fôlego para ser também o Presidente da Federação Baiana de Boliche.

Fábio Ramos Ribeiro ou apenas FÁBIO RIBEIRO, é casado, nasceu na cidade de Salvador, tem 30 anos de idade e sua profissão é Administrador. Querido e admirado, grande incentivador do esporte, deu uma pausa na sua agenda sempre repleta de compromissos e com muita simpatia e paciência nos conta sua trajetória no esporte, o lado empresarial e também um pouco da Federação Baiana de Boliche.

LP – Quem veio primeiro: o empresário ou o atleta de boliche?

FR – Primeiro o atleta, depois o dirigente e por último o empresário.

LP – Quando e como começou seu interesse pelo esporte?

FR – Em 1991 com a turma do colégio comecei a freqüentar o Boliche do Brotas Center, me destacando sempre e acabei “tomando gosto pela coisa”. Em 1992 inaugurou o Boliche de Vilas do Atlântico, que eu também ia com amigos, continuando me destacando. Quando eu ingressei na faculdade o boliche de Vilas fechou, e eu me afastei. No final do ano de 1995, outro grupo de amigos resolveu ir às segundas-feiras no Boliche de Brotas novamente (com o sistema de Pino Boy ainda) e ver os atletas da Federação jogar. Para as pessoas que estão começando, a Federação é tida como algo grandioso, algo distante, infelizmente existe uma barreira difícil de quebrar (isso até hoje), quando na verdade somos pessoas iguais, em nada de diferente aos que estão iniciando no esporte. Logo em seguida eu comecei a jogar pela Federação, ainda no final de 1995.

LP – Quando viajou pela primeira vez para jogar?

FR – Foi em janeiro de 1998, para São Paulo, fiz dupla com Luiz Saad. Logo em seguida nós realizamos o que eu chamo de “embrião de uma grande parceria”, que é o da Bahia com Pernambuco.

LP – O que aconteceu então?

FR – Fizemos um torneio lá (Recife) e durante esse torneio, Marcio Bandeira que era o Presidente da Federação junto com Carlos Salgado, me convenceu a assumir a Federação. James Borges já tinha iniciado a concessão para abrir um boliche automático aqui em Salvador. Houve a eleição e eu assumi no mesmo ano de 1998, coincidindo com a inauguração do boliche automático (mesmo que com cordinha) no Brotas Center.

LP – De quanto tempo é o mandato?

FR – São 3 anos.  Em 2000 o eleito foi Jonga (eu como vice) e em 2003 fui reeleito. Termino meu mandato em 2006.

LP
– Pretende se candidatar novamente?

FR – Apenas se não houver outros candidatos.

LP – Quando que deve ser formado uma chapa para a eleição?

FR – Em dezembro de 2006 haverá eleição e as chapas já devem estar formadas, com candidatos à presidente e vice-presidente.

LP – O que mudou desde sua primeira gestão?

FR – É claro que houve um crescimento constante no esporte, o boliche automático proporcionou um incremento técnico muito grande, passou-se a utilizar óleo nas pistas (antes era encerada), e em 1998 eu fiz um investimento pessoal, comprei a primeira máquina de óleo em Salvador (não era nem do boliche e nem da federação, era minha). Isso ajudou a melhorar a qualidade técnica dos jogadores, dando condições de disputas nacionais, além de atrair novos atletas participantes.

LP – Quando apareceu o empresário?

FR – Em julho de 1999 quase no final de minha primeira gestão inaugurei no Jardim dos Namorados o Boliche Pituba, e foi aí minha primeira incursão como empresário, e no final de 1999 ocorreu uma oportunidade de negócio no aeroclube, eu e James Borges fizemos a parceria, inaugurando o Boliche Aeroclube em maio de 2000. Já findando minha gestão como Presidente da Federação. Depois de 1 ano fechei o boliche Pituba.

LP – Você possuía participação no Boliche Brotas Center?

FR – Não, nunca tive.

LP – Você possui outra casa comercial relacionada a boliche?

FR – Sim, o Boliche Riomar em Aracajú.

LP – Hoje seu estabelecimento é o único da Bahia. Boliche não é um bom negócio?

FR – Dentro de quatro meses seremos o único do Nordeste (Recife não terá mais boliche). Como em qualquer negócio, é preciso se adequar às despesas com os custos. Na área de entretenimento a procura é maior no início, depois é necessário se adequar, diminuir as despesas, seu quadro de funcionário, etc. É preciso estar preparado. É uma luta constante. O maior custo da casa é referente ao aluguel do espaço, depois vem energia elétrica e enfim a folha de pagamento. Mas, contudo isso, eu estou sempre procurando abrir novas casas de boliche, meu sonho é poder fazer um boliche em um imóvel próprio, acredito que assim ficaria mais viável.

LP – Você consegue separar o atleta do empresário?

FR – Consigo. Mas, é difícil durante as Taças, eu preferiria não participar, pois, se acontecer alguma coisa referente à hospedagem, é comigo (o hotel é de minha família), se der algum problema com as pistas, é comigo (sou dono do estabelecimento) e se houver algo errado na organização, também é comigo (por ser o Presidente da Federação), para mim é horrível jogar esses torneios. Minha grande alegria seria eu poder não jogar e me dedicar integralmente na organização, receber as pessoas, cuidar do torneio. O que as pessoas precisam entender é que, como Presidente da Federação você precisa pensar no TODO, não se pode pensar no atleta A ou no B, é preciso pensar no esporte. O que fazer para atrair novos jogadores? Fazer com que a média do grupo melhore. E às vezes a gente machuca o ego, a vaidade de alguma pessoa. Essa é a parte mais difícil de ser atleta, empresário e presidente ao mesmo tempo.

LP – O campeonato internacional vai acontecer?

FR – Sim, já está confirmado 4 equipes de Salvador, 2 do Rio, 2 de Brasília, 4 da Argentina, 1 do Uruguai e 2 jogadores da Colômbia. Tenho tido uma boa procura pelos atletas de São Paulo, acredito que pelo menos 2 equipes devam vir.

LP – E o Brasileiro Individual?

FR – Já está confirmado, o Campeonato Brasileiro Individual do ano de 2005, será aqui em Salvador. Depois de muita luta, pois esse ano nossa Taça teve um peso menor, a Confederação Brasileira reduziu o valor do nosso evento, colocaram um evento que tem o dobro de valor do nosso, na mesma data, e entramos com um protesto, para reverter essa situação. Essa briga foi importante, pois, a Confederação Brasileira já está pensando em mudar a data do evento que coincide com a Taça Bahia, embora eu ache que isso não é o suficiente, acredito que deveríamos ter o mesmo valor da Taça São Paulo, Taça Rio e a Taça BH, nós também somos fundadores, iguais às outras. É claro que para isso precisamos melhorar nossos equipamentos, ter pinos novos, etc. Se a gente não tiver, tudo bem, eu aceito um peso menor, mas, eu quero ter o direito de poder chegar às vésperas e ainda estar brigando para conseguir pinos novos e valorar ainda mais a nossa Taça. Para o Brasileiro e o Internacional, Paulão do Rio de Janeiro estará nos emprestando pinos novos e a máquina de gel.

LP
– O que esses eventos representam para o boliche na Bahia?

FR – Na verdade foi uma grande “sacada” trazer o Brasileiro Individual, em junho, pois, é um mês de baixo movimento no boliche, nos hotéis, nas companhias aéreas, e com isso se consegue preços menores. O mais importante é que a data principal que se encerra o Brasileiro será no domingo dia 19/06, ou seja, antevéspera do início do Torneio Internacional, com isso eu fiz o seguinte: vim com preço baixo para pegar o Brasileiro Individual, mas com certeza de que pelo menos 20% dos atletas que disputarão o individual, por já estarem aqui, ficarão para o Torneio Internacional. Serão computados 10 dias na cidade, gerando receita. Isso serve para a gente crescer tanto na organização da Federação Baiana, quanto como atleta, o intercâmbio é sempre gratificante, visão e experiências diferentes que ajudam a enriquecer a todos. Gosto de dar o exemplo da parceria de Bahia com Pernambuco, que apesar de serem considerados estados “rivais”, é uma parceria fantástica porque a gente se basta para viabilizar um evento nacional. A Bahia se basta para viabilizar a Taça Recife e Pernambuco o mesmo para a Taça Bahia. Por isso sempre acredito muito em intercâmbios. Se fizermos tudo certinho como estamos planejando, colheremos os frutos.

LP – Qual o seu hobby além do boliche?

FR – Jetski.

LP
– Que material utiliza para jogar?

FR – Tenho
3 bolas, 1 Trauma Recovery 15, 1 Track Scheer 15 e 1 bola plástica transparente com pino dentro. Uso sapatos Dexter SST6 e  jogo sem luva.

LP – Melhor momento no esporte ...

FR – Ver a seleção masculina ser vice-campeã no Brasileiro de Seleções em 2002.

LP – Pior momento no esporte ...

FR – São aqueles em que a gente se desaponta com as atitudes das pessoas, quando elas pensam muito mais em si do que no todo. Já, como atleta, eu não esquento minha cabeça, boliche é uma diversão.

LP – Títulos importantes para você ...

FR – Não tenho títulos significativos, mas, importante para mim posso dizer o Brasileiro Individual que eu fui campeão na 5.ª divisão; Taça Rio em 2004 que fui vice-campeão com Sérgio Maia na 3.ª divisão; Taça São Paulo quando fui campeão com James na 3.ª divisão e Taça Maceió quando eu e Toninho ficamos em 3.º lugar na 1.ª divisão. Só tinha uma divisão. (risos)

LP – Melhor jogador atualmente no Brasil ...

FR – Márcio Vieira.

LP
– Melhor jogador da Bahia atualmente ...

FR – George White.

LP – Melhor boliche que você conhece no Brasil ...

FR – O Cosmic em Belo Horizonte (tudo novo).

LP – Giro ou pontaria?

FR – Giro.

LP – Qual o melhor torneio que nós temos na Bahia?

FR – O de sexteto, que está acontecendo agora.

LP – O que você diria para os novos atletas?

FR – Procurar sempre saber que boliche é uma diversão para a gente, não tem que ter vergonha de ninguém, tem que vir, brincar, aprender, errar, acertar e se divertir!

LP – Quais são suas metas como jogador?

FR – Atingir uma média acima de 185 nos próximos 2 anos

Entrevista concedida em 04-05-05

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