Mulheres no Boliche

( Pra não dizerem, que não falei das flores )

 

Pois é meu Povo!

Eu fico feliz e apreensivo ao mesmo tempo quando vejo algumas jogadoras competindo. Feliz, pois durante a Taça Paraná, pude assistir algumas dessas jogadoras em ação. Vendo jogadoras como Eliane Tulio e Márcia Ramalho do Paraná. Jogadoras que tentam jogar de maneira correta, parando equilibradas, procurando rolar a bola, e 'virar' a mão da maneira correta. Jogam simples, mas com boa postura. Sempre com a cabeça erguida, um Approach ritmado, sem solavancos.

Creio eu, que estamos em débito com nossa divisão feminina. Principalmente, com as novas jogadoras, e com tantas outras que estão por aí, e poderiam estar participando de nossos torneios.

Apreensivo, pois vendo estas raras espécimes jogando, noto que não há uma preocupação maior para com estas. Falta-lhes orientação, intercâmbio, conhecimento, e apoio para que melhorem a cada dia, elevando assim o nível da divisão feminina, proporcionando uma disputa mais elevada entre elas. Raras são aquelas que conseguem se destacar, vencer torneios e permanecer entre as melhores. Isso acontece no masculino, mas no feminino, vejo que é uma ausência canibalesca, na atitude de preocupar-se com elas.

O quadro das mulheres no Boliche Nacional, é o mesmo há muito tempo. Não vemos surgir grandes nomes, não vemos o nível de competição entre elas crescerem em números. E o perfil da maioria, é de esposa, namorada, filha, de algum outro atleta. Precisamos mudar este quadro.

É bom vermos atletas como a Heloisa Queiroz (DF), terem evoluído muito em seu jogo. Eu a conheci há 4 anos atrás, e via somente uma jogadora arremessar a bola forte, porém sem a menor técnica, e perdida nas pistas. Mas agora, pude ver como seu jogo mudou. Seu arremesso, continua forte, porém melhor posicionada no Approach, mais equilibrada, e conseqüentemente repetindo arremesso e "seta". Espero que Heloisa esteja vindo para ficar, e vencer. Deixar de ser uma coadjuvante. Pude vê-la jogar uma partida de 264 no 4º dia de competição na Taça Paraná, com impressionante precisão de seta e arremesso - dizem que a bola vendida pelo Careca, ajudou, outros dizem que foi o Ball Driller Fábio Grossi, quem teve maior participação, ao furar a bola para a Heloisa. Se foram estes fatores não sei. Mas não esqueçamos a peça que fica atrás da bola. Sem qualidade nesta peça, nem bola, nem furação ajudará muito. Mas por via das dúvidas, liguem pro Careca e pro Fábio Grossi, e tentem vocês a mesma combinação - vai que dá certo com um de vocês. Não é!?

A companheira de Heloisa foi Sarah Gutermann, atleta que já representou o Brasil em torneios internacionais. E esta é um exemplo do que uma pequena ajuda pode fazer por uma atleta. Pude eu, enquanto em Brasília há alguns anos, treinar com ela, passar algumas dicas, certas informações, e vê-la vencer alguns torneios importantes. E como ela mesmo disse-me há alguns dias, é fácil colocá-la em jogo. E quantas destas abnegadas mulheres, com facilidade para entrar em jogo não existem em nossos 'campos de sonhos'.

Precisamos trazer mais mulheres para dentro do Boliche. Incentivá-las a jogar. É bom ver aparecer jogadoras com a Juciane Costa, Balneário Camburiú, SC, aparecer, e mesmo com seu estilo simples, de bola reta, mostrar que há algumas mulheres escondidas por aí, e que podem chegar e vencer torneios. A Juciane é um fenômeno. Recordista das maiores partidas em todos os boliches da região de Balneário Camburiú. Joga entre os homens em Santa Catarina. Talvez seja isso que a faça, mesmo com seu estilo 'reto', jogar médias como a do Brasileiro Individual - vice-campeã - e como na Taça Paraná, também vice nas duplas.

Temos nomes consagrados como Jacque Costa, Lucia Vieira e Mary Ministério e Dayse Silva. Temos exemplos de dedicação e empenho como Marina (MG/SP) - aliás, parabéns Marina por seu 300 no Paraguai - que vi treinar muito quando eu estava em São Paulo. Poucas são as jovens que vemos aparecer, como Sheila Abreu e Marizete Scheer (MG). Necessitamos de mais. A categoria feminina necessita de mais. Precisamos ajudar as Elianes, as Márcias a crescerem.

Um pouco de atenção a elas, não diminuiria ninguém. Pelo contrário!


Jogo que segue....


Solicito à todos que tenham críticas e/ou sugestões em relação à esta coluna, que mandem-me diretamente os seus e-mails sobre tal assunto, clique em E-MAIL PARA O AUGUSTO DIAS Esta coluna é apenas a minha visão dos fatos, contendo minhas opiniões pessoais. Estou aqui exercendo um direito constitucional: o de liberdade de expressão.

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